terça-feira, 18 de setembro de 2007

Linhas de Força

Poema da morte aparente
 
 
Nos tempos em que acontecia o que está acontecendo agora,
e os homens pasmavam de isso acontecer no tempo deles,
parecia-lhes a vida podre e reles
e suspiravam por viver agora.
 
A suspirar e a protestar morreram.
E agora, quando se abrem as covas,
encontram-se às vezes os dentes com que rangeram,
tão brancos como se as dentaduras fossem novas.
 
 
António Gedeão
 
 

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