Bento XVI e a sabedoria

Socorro-me da Carmex para ler, com atenção, o editorial de ontem do director do Público, José Manuel Fernandes (JMF).

Utilizando uma lógica que me parece inatacável, JMF desfere um ataque demolidor à corrente laicista radical que tem imperado por esta Europa fora, e que culmina com o Bispo de Roma a anular a visita, para proferir a lição inaugural, à mais prestigiada universidade da cidade onde é pastor.

Sectários minoritários conseguiram que o Papa não se deslocasse. O mais dramático deste triste episódio é que são eles mesmos que ficam a perder. Afinal, e pegando nas palavras de JMF, "[...] que universidade é esta, que cidade é esta, que Europa é esta, que fecha as portas a alguém como Bento XVI, para mais com base numa manipulação? Não é seguramente a que celebra não apenas a tolerância, mas a divergência, a discussão em busca da verdade"...

Veio-me um pensamento, ditado por alguém há muito tempo: o drama maior de Pilatos não foi entregar Jesus à turba; Pilatos perdeu a sua humanidade quando perguntou, depois de Jesus ter dito que era a Verdade, "o que é a Verdade"? Ela estava mesmo à sua frente. Ele não a viu.