quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

2-0

Aproveito agora, em jeito de defesa da minha tese no post anterior, o texto da Mª João Marques (aka Carmex) na sua estreia n'O Insurgente:
«Agora a minha perplexidade. O que leva pessoas que não são religiosas, que fazem questão de informar a espaços breves que querem distância de toda e qualquer religião, em especial da católica, que afirmam valores que nada têm a ver com alguma religião, a perderem tanto do seu tempo a escrutinar e a criticar as palavras, oficiais ou informais, do clero? Palavras que, na maior parte dos casos, são apenas considerações de ordem moral ou doutrinal que se dirigem - como é óbvio - aos crentes dessa religião (geralmente a católica, não esquecer). Entendo que um ateu emita opinião sobre a parcela de dinheiros públicos que calha às instituições religiosas, ou que proteste (ainda que este já seja mesquinho e revelador de desconhecimento da história do nosso país) pela inclusão de bispos nos eventos estatais. Já me parece muito estranho que um ateu se preocupe com a opinião dos líderes católicos sobre a moral sexual, por exemplo. Ou com os conselhos sobre escolhas para casar às moças católicas. [...]Sendo o meu tempo um recurso escassíssimo, presumo que o dos outros também seja; o que motiva alguém a alocar parte grande do seu tempo a lutar contra algo que considera sem significado? Garanto que para mim este evangelismo ateísta é deveras misterioso. É certo que profundamente religioso e irracional - quem pode provar que Deus não existe? - mas por mim tenho dúvidas de que tanto negativismo não seja patológico.»

Sem comentários: