quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Sejam coerentes

Os apoiantes do "Sim", mormente os "notáveis" estridentes que pululam no burgo (e.g. Francisco Louçã, Daniel Oliveira, Edite Estrela, Fernanda Câncio, Rui Rio e tantos outros), para o referendo de dia 11 utilizam com frequência o argumento do acabar com o aborto clandestino para justificarem a sua escolha.

Como é evidente, mesmo que a lei seja alterada para a liberalização até às 10 semanas, haverá abortos depois desse período temporal. Ou porque a mulher só descobre que está grávida depois dessa data, porque tem uma menstruação irregular, porque só se decide a fazer o aborto às 16 semanas, enfim, seja porque razão fôr, o drama do aborto clandestino vai continuar. Só eles (os do "Sim") é que fingem desconhecer isto.

Assim sendo, e assumindo que as pessoas que defendem esta posição de forma tão "humanista" são pessoas de bem, íntegras, responsáveis, terão a obrigação - caso a lei venha a ser alterada - de:

  • Comunicar às autoridades policiais e judiciais se tiverem conhecimento de abortos posteriores às 10 semanas;
  • Juntarem-se em arraial nos tribunais onde venham a decorrer os julgamentos e pedirem a pena máxima para as mulheres e cúmplices que tenham prevaricado;

É que só assim é que se acaba com o que é clandestino: com ruído.

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