quinta-feira, 26 de abril de 2007

f.

A prosadora nacional de letras minúsculas, em mais uma das suas cruzadas laicas e republicanas, brinda-nos com uma reflexão da mais alta estirpe.

Tudo porque D. José Policarpo foi, muito naturalmente, convidado para as cerimónias comemorativas do 25 da Abril na Assembleia da República. E digo naturalmente porque, por mais que chorem estas fastidiosas criaturas, a Igreja continua a ser uma referência para grande parte da população, e portanto faz todo o sentido que esteja um seu dignatário como convidado na casa que é de todos nós. Sim, f., a AR não é um feudo dos jacobinos, socialistas e tais, que você tanto defende... às vezes parece, mas não é!

Deixo a pérola:
"e nem vou comentar o facto de o caríssimo cardeal patriarca continuar a sentar-se ao lado dos presidentes da república, mantendo assim o lugar protocolar que foi atribuído pelo regime de salazar ao representante da igreja católica. já comentei isso que chegue, mais a óbvia violação da lei da liberdade religiosa e da constituição da república que obviamente é."

Para ser sincero, o que mais me incomoda é a falta de educação desta senhora!

2 comentários:

joaquim disse...

Meu caro André

Não resisto a deixar-te aqui, algo que escrevi, quando este Governo, logo no seu inicio, se atirou ao protocolo de Estado, com o fim de pôr a Igreja de lado.

UMA MEDIDA IMPORTANTE

O Cardeal sentou-se com um ar preocupado e disse para o Bispo Auxiliar, que sentado num outro sofá, lia o jornal:
- E agora como vai ser? Deixámos de fazer parte do protocolo do Estado. E eu que abracei esta vocação, pensando sempre que iria estar presente nas inaugurações e festas em lugar de destaque! Que vai ser da minha vida.
O Bispo, levantando os olhos do jornal onde lia a referida noticia, comentou:
- E então eu, que até tinha a minha agenda livre aos fins de semana para poder estar presente nessas tão importantes cerimónias protocolares.
Ficaram ali os dois, cabisbaixos e meditativos, tentando colocar em ordem os seus pensamentos. Que grave e profundo golpe lhes tinha infligido aquele governo socialista.
Que iria ser da Igreja, que como todos bem sabiam, tinha sido fundada, instituída, precisamente para se fazer representar no protocolo de Estado.
Noutro ponto da capital, ufano da sua inteligência, o chefe do governo, dizia para os seus pares:
- Isto é que foi uma remodelação importante que fizemos! Isto é que é protocolo! Agora já sabem quem manda e quem é verdadeiramente reformador!
Um dos ministros, levantando a sua mão em jeito de pedir a palavra, disse:
- É verdade, Senhor Primeiro, mas podemos agora falar do desemprego.
Responde-lhe o outro indignado:
- Então você, depois desta tão importante medida vem-me incomodar com coisas comezinhas. Esfalfa-se a gente a elaborar remodelações importantes para o país e a única coisa que você sabe falar é do desemprego! Ora abóbora, homem!
O ministro engoliu em seco, e reconheceu a justiça das palavras do Primeiro.
No Patriarcado, depois do riso contido provocado pela ironia do que tinham dito um ao outro, o Cardeal e o Bispo dirigiram-se à Capela e de joelhos oraram:
- Ouve Senhor a nossa prece, por este pobre país que não encontra rumo e se perde na pequenez dos seus objectivos.

Há coisas que só levando a rir, apesar de serem mais sérias do que parecem.

Abraço amigo

André A. Correia disse...

Amigo, obrigado por teres enriquecido esta minha reflexão. Na verdade, a Igreja está cá para as coisas do Alto...

Sabes, o que me chateia verdadeiramente são estes ataques espúrios não tanto ao Cardeal Policarpo mas antes ao homem José. Que terá ele feito para merecer tanta acrimónia?