sábado, 28 de julho de 2007

O Rito de S. Pio V

Com a publicação este mês, em forma de Motu Proprio, da Summorum Pontificum por Sua Santidade Bento XVI, apareceram de imediato alguns "tradicionalistas" (confirmar p.e. aqui e aqui) que pretendem exigir junto dos bispos a existência de celebrações da Eucaristia pelo Rito antigo, ante-conciliar.

Não conheço o Rito e, a bem dizer, não me sinto muito tentado a conhecê-lo, mas reconhecendo-se toda a legitimidade a todos os que prendem celebrar a Missa Tridentina será, na minha modesta opinião, oportuno que as dioceses a possam estabelecer extraordinariamente segundo a oportunidade e capacidade que se mostrar devida.

O que já me parece demasiado é as palavras de ataque à posição expressa pela CEP, pela voz de D. Carlos Azevedo.

Primeiro porque denunciam uma intromissão no magistério próprio do episcopado na Igreja, a que todos os leigos católicos se devem conformar.

Segundo porque esquecem o que o mesmo Papa escreveu na Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis:
«Bem distinta é a situação criada em algumas circunstâncias pastorais, onde, precisamente para uma participação mais consciente, activa e frutuosa, se favorecem as celebrações em pequenos grupos. Embora reconhecendo o valor formativo subjacente a estas opções, é necessário especificar que as mesmas devem ser harmonizadas com o conjunto da proposta pastoral da diocese; com efeito, tais experiências perderiam o seu carácter pedagógico, se fossem vistas em antagonismo ou paralelo com a vida da Igreja particular. A este respeito, o Sínodo pôs em evidência alguns critérios a que se devem ater: os pequenos grupos devem servir para unificar a comunidade, e não para a dividir; a prova disto mesmo há-de ver-se na prática concreta; estes grupos devem favorecer a participação frutuosa da assembleia inteira e preservar, na medida do possível, a unidade da vida litúrgica de cada uma das famílias.» (cfr n.º 63, realces meus).

2 comentários:

Anónimo disse...

Se um bispo o mandar atirar-se a um poço, atira-se? Tenha juízo. E depois nós é que somos os tradicionalistas que obedecem cegamente.

Gazeta da Restavração

André A. Correia disse...

Caro GdR:

Pondo de parte a pouca caridade com que recebe este meu post, parece-me que não entendeu bem o que escrevi, talvez na sofreguidão de atacar tudo e todos os que pensam de maneira diferente.

Não faço nenhum reparo negativo à "petição" que está a desenrolar-se no seu blogue, e muito menos à sua pessoa.

Se seguir o 5.º link, aponto para a caixa de comentários, com relevo ao do JSarto. O que escreve pérolas como "os bispos portugueses, completamente rendidos à heresia modernista". Mais comentários para quê?

Essa do bispo mandar atirar-me a um poço é o típico não argumento. Explique lá como é possível professar a fé na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica e depois alardear com palavras bombásticas depreciativas contra um ponto de vista - que até me pareceu muito sensato e realista - de um sucessor dos Apóstolos, num tema que lhe é próprio na sua missão de Pastor!

"E depois nós é que somos os tradicionalistas que obedecem cegamente". Não, meu caro, aqui ninguém segue cegamente homens. Seguimos sim Cristo e a sua Igreja. Ou pelo menos tentamos.

Abraço em Cristo.