A ler
“(…) mesmo admitindo que mensagem da Igreja Católica é coerente com os seus
princípios, isso nada nos diz sobre a sua responsabilidade na propagação do
flagelo da SIDA. É preciso não esquecer que a responsabilidade também se aplica
à inacção.”
João Galamba no 5 dias
Não me queria meter na conversa…mas o João Galamba está a ignorar um pequeníssimo pormenor. A toda-poderosa Igreja Católica Apostólica Romana, com os seus 2000 anos de escola e organização tentacular advoga fervorosamente, a milhões e milhões de crentes, em todo o mundo, as relações monogâmicas exclusivas e a santidade do matrimónio. Ao fazê-lo, e pela mesma ordem de ideias sobre a sua capacidade de influência, contribui mais para o combate ao vírus da SIDA que
todas as campanhas e todas as organizações internacionais somadas. Vá João. O senhor Cardeal Patriarca aceita um pedido de desculpas.
Rodrigo Moita de Deus, no 31 da Armada
4 comentários:
Nem mais...
beijos em Cristo e Maria
Caro André, concordo muitas vezes consigo e também discordo muitas vezes de si mas normalmente não comento. Desta vez não me posso conter. Discordo totalmente do que diz. Uma coisa seria a Igreja Católica advogar fervorosamente as relações monogâmicas exclusivas, promovê-las e incentivá-las através da palavra e do exemplo (dos leigos, claro...) mas sem proibir o preservativo.
Outra coisa bem diferente é a de apontar CEGAMENTE como pecado (e ainda há quem leve isso a sério, principalmente em meios menos preparados) o uso de preservativo em qualquer circunstância. Mesmo dentro de uma relação monogâmica e exclusiva, mesmo para evitar uma gravidez que constitua risco grave para a mulher, mesmo quando a SIDA tenha sido contraída por um dos conjuges em circunstâncias alheias à conduta sexual.
No mundo em que vivemos essa "proibição" é irrelevante porque ninguém a leva verdadeiramente a sério. Mas em regiões do globo onde a doença, as condições de vida desumanas, a SIDA e a ignorância são um flagelo, as posições da Igreja podem chegar a ser criminosas pelas suas consequências.
Desculpe, é a minha opinião.
Olá Clara,
Todo este post é de terceiros, não é meu - resposta do Rodrigo Moita de Deus ao João Galamba.
Mas não fujo à sua questão. Para a Igreja o valor da Vida é absoluto. Tanto quanto é do meu conhecimento, nos casos que descreve no 2.º parágrafo, não conheço nenhuma orientação de qualquer membro da hierarquia da Igreja que diga que é pecado usar o preservativo. Mais, não conheço nenhum documento do magistério que o afirme. Mais, ouvi uma vez um Bispo português a chamar o dito, nestas circunstâncias, "santo preservativo".
Depois há toda a contextualização no mundo de hoje da mensagem de Cristo sobre a santidade do Matrimónio. Mas isso são outras conversas.
Um beijinho grande, e obrigado pelo comentário.
André, respondi directamente para o teu mail.
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