sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A ler

“(…) mesmo admitindo que mensagem da Igreja Católica é coerente com os seus
princípios, isso nada nos diz sobre a sua responsabilidade na propagação do
flagelo da SIDA. É preciso não esquecer que a responsabilidade também se aplica
à inacção.”

João Galamba no 5 dias

Não me queria meter na conversa…mas o João Galamba está a ignorar um pequeníssimo pormenor. A toda-poderosa Igreja Católica Apostólica Romana, com os seus 2000 anos de escola e organização tentacular advoga fervorosamente, a milhões e milhões de crentes, em todo o mundo, as relações monogâmicas exclusivas e a santidade do matrimónio. Ao fazê-lo, e pela mesma ordem de ideias sobre a sua capacidade de influência, contribui mais para o combate ao vírus da SIDA que
todas as campanhas e todas as organizações internacionais somadas. Vá João. O senhor Cardeal Patriarca aceita um pedido de desculpas.

Rodrigo Moita de Deus, no 31 da Armada

4 comentários:

Maria João disse...

Nem mais...

beijos em Cristo e Maria

MCA disse...

Caro André, concordo muitas vezes consigo e também discordo muitas vezes de si mas normalmente não comento. Desta vez não me posso conter. Discordo totalmente do que diz. Uma coisa seria a Igreja Católica advogar fervorosamente as relações monogâmicas exclusivas, promovê-las e incentivá-las através da palavra e do exemplo (dos leigos, claro...) mas sem proibir o preservativo.
Outra coisa bem diferente é a de apontar CEGAMENTE como pecado (e ainda há quem leve isso a sério, principalmente em meios menos preparados) o uso de preservativo em qualquer circunstância. Mesmo dentro de uma relação monogâmica e exclusiva, mesmo para evitar uma gravidez que constitua risco grave para a mulher, mesmo quando a SIDA tenha sido contraída por um dos conjuges em circunstâncias alheias à conduta sexual.
No mundo em que vivemos essa "proibição" é irrelevante porque ninguém a leva verdadeiramente a sério. Mas em regiões do globo onde a doença, as condições de vida desumanas, a SIDA e a ignorância são um flagelo, as posições da Igreja podem chegar a ser criminosas pelas suas consequências.
Desculpe, é a minha opinião.

André A. Correia disse...

Olá Clara,

Todo este post é de terceiros, não é meu - resposta do Rodrigo Moita de Deus ao João Galamba.

Mas não fujo à sua questão. Para a Igreja o valor da Vida é absoluto. Tanto quanto é do meu conhecimento, nos casos que descreve no 2.º parágrafo, não conheço nenhuma orientação de qualquer membro da hierarquia da Igreja que diga que é pecado usar o preservativo. Mais, não conheço nenhum documento do magistério que o afirme. Mais, ouvi uma vez um Bispo português a chamar o dito, nestas circunstâncias, "santo preservativo".

Depois há toda a contextualização no mundo de hoje da mensagem de Cristo sobre a santidade do Matrimónio. Mas isso são outras conversas.

Um beijinho grande, e obrigado pelo comentário.

MCA disse...

André, respondi directamente para o teu mail.