segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Os coveiros

Sócrates e Teixeira dos Santos ficarão para a história como os coveiros das gerações futuras. Como é por demais evidente (pelo menos para mim, e numa perspectiva unicamente de bom-senso, bom-senso esse que manifestamente quem nos governa não tem), se o Governo opta politicamente (o que é legítimo) por se marimbar nas metas do défice que ele próprio tinha definido no PEC para "relançar a economia" (seja isto o que for), TINHAM NECESSARIAMENTE DE O FAZER À CUSTA DA RECEITA, POR VIA DA DIMINUIÇÃO DOS IMPOSTOS, E NUNCA PELO AUMENTO DA DESPESA. Vale a pena sobre isto (e outras coisas mais) ouvir Medina Carreira nesta entrevista ao Gomes Ferreira. Acusam-no frequentemente de ser (mais) um pessimista*, mas faz uma análise arrasadora ao estado actual a que chegámos, a-r-r-a-s-a-d-o-r-a!

A despesa pública galopante implica um aumento do endividamento externo, como atrás já demonstrei, e esse endividamento externo alguém terá de o pagar: nós, classe média trabalhadora e cada vez mais depauperada, e os nossos filhos. O resto safa-se, ou porque é pobre e portanto já não pode ser mais espoliado, ou porque é político e saberá fazer bem a coisa para o seu lado. Aos ricos tudo isto é conjuntural, e mais tarde ou mais cedo estão lá em cima outra vez.

Um dia destes comentava com o pediatra da prole que já estou a tratar do pé-de-meia para, no caso de algum dos meus filhos querer mais tarde ir estudar para o estrangeiro, o poder fazer, e irá com a minha benção e recomendação de se deixar ficar onde haja gente civilizada. Curiosamente (ou talvez não) ele é exactamente da mesma opinião. Já somos dois. Pergunto-me quantos mais seremos.



*Aqui para alguns, o único defeito que encontro no Medina Carreira é ser pilão...

2 comentários:

MRC disse...

O problema André é que não há nenhum partido de Direito com jeito e dom para explicar isto ao país.
Quer o PSD, quer o PP estão de rastos e, por isso, o país está entregue à bicharada.
Penso que, das 2, 1 ou há uma revolução num desses 2 partidos ou, então, mais valia criar um 3º partido de direita, com destaque para o novo movimento Esperança Portugal

André A. Correia disse...

Não sei, Miguel, se o MEP é uma "aposta" válida, talvez poruqe o Rui Marques me causa alguma estranheza. Enfim, logo se verá - a nomeação da Laurinda Alves para cabeça de lista às europeias foi uma boa novidade.