Ainda sobre a medida Valentim Loureiro!! do post abaixo...

... deixo aqui três contribuições blogosféricas, sem nenhuma ordem especial:

"Errata", Pedro Sales

"Só uma pergunta [que estou a ponderar o assunto]", Sofia B.B.

"Números", João Miranda

E um videozinho:

Valentim Loureiro!!

Esta é daquelas que figurará decerto na montra das mais idiotas medidas alguma vez inscritas num programa eleitoral, e que o porta-voz do PS teve a desfaçatez de dizer que "só" custava umas duas dezenas de milhões de euros, coisa pouca diríamos, aliás o que são vinte e poucos milhões de euros:

"PS propõe 200 euros em conta poupança por cada nascimento para incentivar natalidade"

A frase que se impõe

[A]gora o PM vê-se na contingência de entregar a pasta da Economia a um mau ministro das finanças, provavelmente porque depois das europeias e da incerteza das legislativas não há cordeiros sacrificiais minimamente credíveis no PS a correrem para a cadeira de ministro.

Maria João Marques, n'O Insurgente

Um génio

A frase: "O sexo não é suficiente para definir se alguém é homem ou mulher, por isso adoptámos o conceito do género", afirmou Pedro Nuno Santos.

Fiquei confuso.

Será isto um homem?



Será isto uma mulher?



Será isto um deputado?

Serviço Público

No 31 da Armada.

Debates

A TSF, num noticiário da tarde, passou alguns momentos do debate de hoje na AR sobre a proposta do PSD para criminalizar o enriquecimento ilícito.

Vergou-me a intervenção de Vera Jardim. Num tom entre o desafiante e o jocoso, atira VJ a Paulo Rangel que o que o PSD quer é ver na prisão alguém que no início do ano tinha 1.000 de património, acaba o ano com 1.000.000 e não consegue justificar esse aumento. Atente-se na proporção que VJ utiliza.

Agora vejamos a taxa de 60% do ministro Teixeira dos Santos. Na mesma proporção utilizada por VJ, alguém apanhado pela máquina fiscal numa situação ilícita, repito, ilícita, entrega 599.400 à Administração Fiscal (60%*999.000), e fica no bolso com os 399.600 remanescentes.

São estas as linhas com que o PS nos quer coser.

Eu estou completamente (com o) do outro lado.

O Vital Moreira já está a hiperventilar

Confirmar aqui. Há que malhar na direita, esses reaccionários fascistas e ainda por cima capitalistas!

A crise, quando chega, é para todos (e também para a Qimonda)

A pergunta do post abaixo estava a aguardar pelas reacções de Sócrates e do inefável Pinho, que inevitavelmente não passam das mesmas balelas de sempre.

Agora, admitamos por um momento que o que vou escrever a seguir não é ficção: o Estado (entenda-se eu, o leitor, o resto dos portugueses contribuintes bem como os nossos filhos quando chegar a vez deles) terá avalizado (irá avalizar) um empréstimo concedido (a conceder) à Qimonda por um sindicato bancário composto pela CGD e BES (e BCP?), no valor de 100.000.000,00 €.

Como o mais certo é esse dinheiro ficar por pagar por parte do contraente do empréstimo (vai uma apostinha?), o Estado (entenda-se eu, o leitor, o resto dos portugueses contribuintes bem como os nossos filhos quando chegar a vez deles) terá de assumir a sua responsabilidade perante o sindicato bancário, e para além disso convém não esquecer as responsabilidades sociais para com a maior parte dos 2.000 trabalhadores que perderão o emprego.

Então cá vai mais uma pergunta de algibeira: não valia mais a pena deixar a empresa falir de uma vez?

Ainda falam do Bush

Acaba de dar no Telejornal da RTP um best of das gaffes de George Walker Bush. O próximo Presidente com toda a certeza não nos vai agraciar com momentos assim, o que nos deixará mais pobres... É a crise.

Face a este sentimento de perda que me assola, recuso-me a comentar o orçamento suplementar do Partido Socialista.

Evidentemente

«Standard & Poor’s ameaça reduzir "rating" português», lê-se no Público. A verificar-se, a consequência imediata será um aumento no custo do financiamento externo do Estado.

Ora, e como referi anteriormente, com a dívida pública a aumentar 7 mil milhões de euros em 3 anos (números apresentados na proposta do OE 2009 que não é nem por sombras o valor final em que ficaremos no final do ano), estamos muito, mas mesmo muito entalados, como é evidente. Nem mesmo o Armando Vara se escapará a este entalanço.

Agora percebo...

porque razão o Estado (leia-se PS e José Sócrates) me espoliam até dizer chega: diz que é para "relançar a economia portuguesa"!

Querem maior sinal do descaramento de quem nos governa?

Bom 2009...

Leitura Recomendada

Sobre a pouca verticalidade no discurso (para não me acusarem de grosseria) de José Sócrates (e do PS, por arrastamento), deixo dois links com opiniões que subscrevo inteiramente:

Regabofe socialista, pelo meu amigo MRC;

Revisitando a Espiral Descendente, por Miguel Botelho Moniz.

Os coveiros

Sócrates e Teixeira dos Santos ficarão para a história como os coveiros das gerações futuras. Como é por demais evidente (pelo menos para mim, e numa perspectiva unicamente de bom-senso, bom-senso esse que manifestamente quem nos governa não tem), se o Governo opta politicamente (o que é legítimo) por se marimbar nas metas do défice que ele próprio tinha definido no PEC para "relançar a economia" (seja isto o que for), TINHAM NECESSARIAMENTE DE O FAZER À CUSTA DA RECEITA, POR VIA DA DIMINUIÇÃO DOS IMPOSTOS, E NUNCA PELO AUMENTO DA DESPESA. Vale a pena sobre isto (e outras coisas mais) ouvir Medina Carreira nesta entrevista ao Gomes Ferreira. Acusam-no frequentemente de ser (mais) um pessimista*, mas faz uma análise arrasadora ao estado actual a que chegámos, a-r-r-a-s-a-d-o-r-a!

A despesa pública galopante implica um aumento do endividamento externo, como atrás já demonstrei, e esse endividamento externo alguém terá de o pagar: nós, classe média trabalhadora e cada vez mais depauperada, e os nossos filhos. O resto safa-se, ou porque é pobre e portanto já não pode ser mais espoliado, ou porque é político e saberá fazer bem a coisa para o seu lado. Aos ricos tudo isto é conjuntural, e mais tarde ou mais cedo estão lá em cima outra vez.

Um dia destes comentava com o pediatra da prole que já estou a tratar do pé-de-meia para, no caso de algum dos meus filhos querer mais tarde ir estudar para o estrangeiro, o poder fazer, e irá com a minha benção e recomendação de se deixar ficar onde haja gente civilizada. Curiosamente (ou talvez não) ele é exactamente da mesma opinião. Já somos dois. Pergunto-me quantos mais seremos.

*Aqui para alguns, o único defeito que encontro no Medina Carreira é ser pilão...

Ler os outros

«Se José Sócrates encontrasse um dos seus ministros a tentar arrombar um cofre com um berbequim diria aos jornais que ele estava só a apertar um parafuso. Afinal, também no caso da sua licenciatura o primeiro-ministro não viu nada de eticamente duvidoso nem de moralmente reprovável. Ora, o que me faz impressão não é que esta gente que manda em nós atraia a trafulhice como o pólen atrai as abelhas - isso faz parte da natureza humana e é potenciado por quem frequenta os corredores do poder. O que me faz impressão é o desplante com que se é apanhado com a boca na botija e se finge que se andava só à procura das hermesetas. É a escola Fátima Felgueiras, que mesmo condenada a três anos e meio de prisão dava pulinhos de alegria como se tivesse sido absolvida. Nesta triste terra, parece não haver limites para a falta de vergonha.», João Miguel Tavares no DN.

E depois confiram a série "O Governo leva muito a sério os compromissos e documentos que assina" compilada pelo Rui Castro no nem tanto ao mar...

Isto está a saque.

OE 2009 (2)

Ide ler esta entrada do Paulo Pinto Mascarenhas.

OE 2009 (1)

Os leitores que por aqui passarem far-me-ão o favor de visitar a proposta do OE 2009 disponível online e sigam para a página 12 do pdf.

No quadro apresentado vejam a evolução da "Despesa total" e "Dívida pública". O resto das rúbricas não interessam para nada.

Entre 2007 e 2009 o Governo prevê um aumento nominal da despesa superior a 5 mil milhões de euros. Numericamente, para visualizarem a enormidade do número: 5.000.000.000,00 €. Como o dinheiro não vem do céu, a dívida pública deverá aumentar mais de 7 mil milhões de euros no período em causa. Mais uma vez, o mesmo exercício: 7.000.000.000,00 €.

Sendo a população residente em 2007 de 10,6 milhões, isto quer dizer que a despesa cresce mais de 470,00 € por cabeça, e a dívida pública mais de 660,00 €. É o ordenado de muita gente. Se o governo mantivesse rigor na despesa poderia entregar um cheque fiscal deste valor às famílias, por cada um dos membros. No meu caso, e utilizando o valor da despesa, 5*470=2.350,00 €. Valia muito mais que os fogachos apregoados.

Conclusão: isto - há quem lhe chame uma espécie de orçamento - não é governar. Isto é entalar as gerações futuras.

O mundo de Canas

Vitalino Canas, talvez o melhor porta-voz de sempre do Holoceno (digo eu):

«A intenção do PS era manter o diploma basicamente inalterado no seu conteúdo e no seu espírito, à excepção de um ou outro aspecto que merecia clarificação. Assim, o diploma sofreu apenas ligeiras alterações, havendo uma diferença assumida [com o Presidente da República] a nível da visão do mundo» (realce meu)

Ora, sendo o PR eleito por todos nós, todos nós temos (ou teremos potencialmente) uma diferença assumida a nível da visão do mundo da do PS. Retorquirão alguns leitores destas palavras que o PS também foi eleito por todos nós (enfim, a maior parte de nós) para o Governo. Exactamente. Estou entalado. É aí que eu quero chegar.

Paulo Pedroso

Na página da TSF com o resumo da entrevista ao Dr. Paulo Pedroso são destacadas várias partes dessa mesma entrevista, nomeadamente esta:

"Nesta entrevista, Paulo Pedroso fala dos erros cometidos pelo PS nesta legislatura. Para o antigo ministro, o partido cedeu ao moralismo da Igreja e não soube trabalhar com os movimentos sociais. Paulo Pedroso fala de um partido que define como Tímido no conservadorismo, Reverente perante a Igreja Católica e Preconceituoso perante os sindicatos." (realces meus)

Há aqui pano para mangas, mas se houve partido no Portugal posterior à 1.ª República que governando atacou a Igreja de modo sistemático foi o actual no poder. Reverente quando minimizou de forma soez o Cardeal Patriarca no protocolo? Cedência à moral da Igreja quando fez uma intervenção descarada e mentirosa no referendo do aborto?

Paulo Pedroso passou ao lado da realidade.

Sarah Palin

Depois de tantas gerações a gritarem que é necessário mais mulheres nos lugares de decisão, e depois ver uma das arautas da emancipação como a Dra. Ana Gomes chamar depreciativamente, num texto pejorativo e de baixo nível, "lasca do Alasca" a quem pode quebrar barreiras no machismo dominante (há que reconhecê-lo) de forma estrondosa, faz-me pensar como é bom vê-la (à Dra.) lá longe em Bruxelas... E que fique por lá. Cá, não faz falta nenhuma.

A ler

Esta, esta e mais esta entrada. Resta aguardar pelas 20:00.